AR aprova voto do PCP

Solidariedade com<br>os presos políticos saaráuis

A As­sem­bleia da Re­pú­blica aprovou dia 23 um voto do PCP de so­li­da­ri­e­dade para com os presos po­lí­ticos sa­a­ráuis de­tidos em Mar­rocos e em greve de fome.

Os dois pontos do voto foram vo­tados em se­pa­rado, o pri­meiro dos quais – onde se apela às au­to­ri­dades mar­ro­quinas para que li­bertem os presos po­lí­ticos sa­a­ráuis – re­co­lheu os votos fa­vo­rá­veis de PS, PCP, PEV, BE e PAN, contra do PSD e a abs­tenção do CDS.

No se­gundo ponto, onde a AR «ma­ni­festa o seu apoio aos es­forços para al­cançar uma so­lução justa para o Saara Oci­dental, que pas­sará ne­ces­sa­ri­a­mente pela efec­ti­vação do di­reito à au­to­de­ter­mi­nação do povo sa­a­ráui, de acordo e no res­peito das de­li­be­ra­ções per­ti­nentes da ONU, dos prin­cí­pios da sua Carta e do di­reito in­ter­na­ci­onal», vo­taram fa­vo­ra­vel­mente as mesmas ban­cadas que ha­viam apro­vado já o ponto an­te­rior, op­tando PSD e CDS pelo voto contra.

No texto re­corda-se que os 13 presos po­lí­ticos sa­a­ráuis foram de­tidos pelas au­to­ri­dades mar­ro­quinas em 2010, aquando do vi­o­lento des­man­te­la­mento por estas le­vado a efeito do «acam­pa­mento de pro­testo de Gdeim Izik re­a­li­zado por mi­lhares de sa­a­ráuis em de­fesa dos seus di­reitos, in­cluindo o di­reito à au­to­de­ter­mi­nação do povo sa­a­ráui».

Sen­ten­ci­ados com penas de 20 anos de prisão a prisão per­pétua por um tri­bunal mi­litar, num jul­ga­mento que di­versas en­ti­dades con­si­deram fe­rido de ile­ga­li­dade e nulo – de­nun­ciado é o «am­bi­ente de co­ação» que ro­deou a sua re­a­li­zação, «vi­o­lação de pro­ce­di­mentos, au­sência de apre­sen­tação de provas e o facto de se tratar de uma con­de­nação de civis di­tada por um tri­bunal mi­litar», lê-se no voto –, é de­pois de cinco anos de ca­ti­veiro, e face à «con­tínua ne­gação dos seus di­reitos», que 13 dos presos po­lí­ticos de­tidos em Gdeim Izik de­cidem ini­ciar a greve de fome exi­gindo jus­tiça e a sua li­ber­dade.

O voto lembra também que o Se­cre­tário-geral da ONU, em re­cente vi­sita aos acam­pa­mentos de re­fu­gi­ados sa­a­ráuis, su­bli­nhou a ne­ces­si­dade de uma so­lução po­lí­tica para o con­flito no Saara Oci­dental.

Va­lo­ri­zada no texto apre­sen­tado pela ban­cada do PCP é, por outro lado, a per­sis­tente e firme luta pro­ta­go­ni­zada desde há quatro dé­cadas pelo povo sa­a­ráui «contra a ilegal ocu­pação do seu ter­ri­tório e pelo res­peito e con­cre­ti­zação do seu di­reito à au­to­de­ter­mi­nação», ob­jec­tivo re­co­nhe­cido pelas Na­ções Unidas, que há cerca de 25 anos es­ta­be­leceu a Missão das Na­ções Unidas para o Re­fe­rendo no Saara Oci­dental.

Por fim, nos seus con­si­de­randos, o voto não deixa de sa­li­entar que nos termos da Cons­ti­tuição da Re­pú­blica, «Por­tugal re­co­nhece o di­reito dos povos à au­to­de­ter­mi­nação e in­de­pen­dência e ao de­sen­vol­vi­mento, bem como o di­reito à in­sur­reição contra todas as formas de opressão».




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